O que ela quer é falar de amor. Fazer cafuné, comprar presente, reservar
hotel pra viagem, olhar estrela sem ter o que dizer. Quer tomar vinho e
olhar nos olhos. Ela quer poder soprar o que mora dentro, o que não
cabe, que voa inocente e suicida. Ela quer o que não tem nome. Quer rir
sem saber de quê, passar horas sem notar, quer o silêncio e a falação.
Ela quer bobagem. Quer o que não serve pra nada. Quer o desejo, que é
menos comportado que a vontade. Ela quer o imprevisto, a surpresa, o
coração disparado, o medo de ser bom. Quer música, barulho de e-mail na
caixa, telefone tocando. Ela tem muito e quer mais. Quer sempre. Quer se
cobrir de eternidade, quer o oxigênio do risco pra ficar sempre menina.
Ela quer tremer as pernas, beijo no ponto de ônibus e a milésima
primeira vez. Quer cor e som, lembrança de ontem, sorriso no canto da
boca. Ela quer dar bandeira. Quer a alegria besta de quem não tem juízo.
O que ela quer é tão simples. Só que ela não é desse mundo.
Humor Sorrisos Crenças Ser Sexo Drogas Diversão Dormir Música Silêncio Fuga Cinema Literatura Jogos Amor Amar Bebida Comida Loucuras Diálogos Monólogos Informação Sonhos Realidade Trabalho Razões Emoções
Qual é a sua?
terça-feira, novembro 29, 2011
domingo, julho 03, 2011
sexta-feira, julho 01, 2011
segunda-feira, junho 20, 2011
No fim destes dias encontrar você que me sorri, que me abre os braços, que me abençoa e passa a mão na minha cara marcada, na minha cabeça confusa, que me olha no olho e me permite mergulhar no fudo quente da curva do teu ombro. Mergulho no cheiro que não defino, você me embala dentro dos teus braços e você me beija e você me aperta e você me aquieta repetindo que está tudo bem, tudo, tudo bem.
.
.
.
domingo, junho 12, 2011
Te amo mais uma vez esta noite
talvez nunca tenha cometido "euteamo"
assim tantas seguidas vezes, mal cabendo no fato
e no parco dos dias.
(...)
Pois que o "euteamo" é da dinâmica dos dias
É do melhoramento do amor
É do avanço dele
É verbo de consistência
É conjugação de alquimia
É do departamento das coisas eternas.
Que o amor venha pra casa pessoa que deseja verdadeiramente amar.
Que todos no mundo possam em algum momento encher o coração de amor
e assim espalhar amor pelo mundo.
Que a energia do dia dos namorados seja forte, suave, intensa
e encha o mundo de alegria.
quarta-feira, junho 01, 2011
As Invasões Bárbaras
.
.
.
.
O diretor Denis Arcand completa neste filme a história de "O Declínio do Império Americano", que dirigiu em 1986. Enquanto "Declínio..." associava decadência ao papel desestruturante do sexo e do social, Invasões Bárbaras trata de forma sensível, da crise do socialismo pós-muro e do hedonismo pós-AIDS. Muitos diálogos e silêncio lindos. Filmes para celebrar o seu tempo.
..
domingo, maio 29, 2011
Mudanças
.
.
.
.
Mudar talvez seja a mais complicada exigência dentre todas aquelas necessárias à sobrevivência. É menos trabalhoso permanecer imóvel, sentindo uma dor já conhecida, sem correr o risco de outra ainda mais forte e com a qual não sabemos lidar. Mas, enfim, é uma necessidade, logo, cedo ou tarde, queiramos ou não, simplesmente mudamos!
..
terça-feira, maio 03, 2011
sexta-feira, abril 01, 2011
.
.
Eu não sei como ele espirra ou como é que ele coça a barba quando está crescendo. Eu não sei qual é o cheiro de suas têmporas, nem em quantos segundos ele vira um copo com água. Se pára na metade do copo para respirar. E, se pára na metade, se coloca o copo de volta na pia. E, se coloca de volta o copo na pia, se me comeria ali mesmo, antes do segundo gole, se por acaso eu me enfiasse entre ele e a pia, entre ele e o copo, entre ele e a sede, entre ele e a fome. São coisas que eu nunca soube a seu respeito. Mas, todos os dias, ele é comido pelo meu desejo. Não é um desejo de pulsos, joelhos, cotovelos. É um desejo encefálico que se transfigura em fálico. É a sua inteligência que eu tenho vontade de chupar para dentro da minha. O que eu sei a seu respeito é só um pedaço de ombro, braço, rosto e pescoço. E é esse pedaço que eu desejo. Existem olhos que não são quaisquer olhos e são esses que estou indo encontrar. Existem olhos que são úmidos de oceano e eu aqui, olhando o nada. Nessa poltrona que eu olho os meus olhos não encostam, eles atravessam o tecido, sem rasgar ou ferir, eles atravessam o céu sem perfurar estrelas fincadas.
.Deve ser nessa hora, quando o nosso olhar se perde, que enxergamos a morte. A morte o tempo todo nos rondando, uma fera que se alimenta dos restos de segundos que largamos para trás, para que assim ela aceite não nos matar. É a vida quem alimenta a morte até o segundo insustentável. Eu não sei em quantos segundos a morte vira um copo de água ou se ela me comeria ali mesmo em orgasmos agudos que me dóem por dentro da vida..
E quando eu olhar nos olhos dele? E quando eu tirar a máquina de suas mãos, com urgência, a sua roupa, o seu medo, beijar a sua boca, a morte nos rondando, engolindo os nossos segundos e arrotando todo esse tempo que estivemos longe, e quando eu puxar para perto e ele estiver por dentro, e quando eu tocar a sua língua com a minha e nascerem árvores de plástico como é que vai ser? Será que o mundo vai tampar os ouvidos. Será?
domingo, março 20, 2011
segunda-feira, março 14, 2011
domingo, março 13, 2011
quinta-feira, março 10, 2011
.
.
.
.
.
.
.
Há livros que marcam gerações. "O Lobo da Estepe", de Herman Hesse é um deles. Pertence ao imaginário de milhares de pessoas que viajaram por suas páginas, vivendo a descoberta e valorização desse tipo humano, o lobo, que se recusa a se submeter às normas socialmente determinadas, e precisa descobrir seus próprios caminhos para se conhecer e ser feliz.
.
Fica a dica!
..
.
Marcadores:
Herman Hesse,
Literatura
quarta-feira, março 09, 2011
terça-feira, março 08, 2011
de quando a gente some do mapa
.
.
sem celular. sem internet. com pouca luz. a milhas e milhas de qualquer lugar. onde ainda ouvimos o canto dos pássaros. onde não existem grades. lá tudo é livre. tudo é natural. tudo é verde. tudo é belo! é daqueles lugares de encher os olhos, sabe?
.
de lá trouxe sorrisos para o resto dos meus dias. a felicidade já transborda. enche meu coração de lantejoulas e bolhas de sabão. e eu adoro!
.
as dores calaram e, com certeza, a previsão não é de chuva.
isso sim, é passar um carnaval feliz.
.
.
domingo, fevereiro 20, 2011
terça-feira, fevereiro 15, 2011
.
.
Eu sou sim, a pessoa que some, que surta, que vai embora, que aparece do nada, que fica porque quer, que odeia a falta de oxigênio das obrigações, que encurta uma conversa besta, que estende um bom drama, que diz o que ninguém espera e salva uma noite, que estraga uma semana só pelo prazer de ser má e tirar a cobranças do meu peito. Que acha todo mundo feio, meio bobo, meio burro, meio perdido, meio sem alma, meio de plástico, meia bomba. E espera impaciente ser salva por uma metade meio interessante que me tire finalmente essa sensação de perna manca quando ando sozinha por aí, maldizendo a tudo e a todos. Eu só queria ser legal, ser boa, ser leve. Mas dá realmente pra ser assim?
.
.
segunda-feira, fevereiro 14, 2011
.
.
.
.
A vida anda tão boa e tão tranquila. Se eu conseguisse resumir esse sentimento, diria que ele é inversamente proporcional aos julgamentos rasos, esses que podemos disparar com tanta facilidade e azedume.
.
Parece que, ao contrário, quanto mais eu tento compreender as pessoas, num exercício cotidiano de aproximação e humildade, mais eu me sinto feliz. Com elas e comigo mesma.
..
segunda-feira, janeiro 24, 2011
.
Sabe, acho que ninguém vai entender. Ou se entender não vai aprovar. Existe em nossa época um paradigma que diz: enquanto você me der carinho e cuidar de mim, eu vou amar você. Então eu troco o meu amor por um punhado de boas ações. Isso a gente aprende desde a infância: se você for um bom menino, eu vou lhe dar um chocolate. Parece que ninguém é amado simplesmente pelo que é, por existir no mundo do jeito que for, mas pelo que faz em troca desse amor. E quando alguém, por alguma razão muito íntima, corre para bem longe de você? A maioria das pessoas aperta um botão de desliga-amor, acionado pelo medo e sentimentos de abandono, e corre em direção aos braços mais quentinhos. E a história se repete: enquanto você fizer coisas por mim ou for assim eu vou amar você e ficar ao seu lado porque eu tenho de me amar em primeiro lugar. Mas que espécie de amor é esse? Na minha opinião, é um amor que não serve nem a si nem ao outro.
.
Eu também tenho medo, dragões aterrorizantes que atacam de quando em quando, mas eu não acredito em nada disso. Quando eu saí de uma importante depressão, eu disse a mim mesma que o mundo no qual eu acreditava deveria existir em algum lugar do planeta. Nem que fosse apenas dentro de mim... Mesmo se ele não existisse em canto algum, se eu, pelo menos, pudesse construí-lo em mim, como um templo das coisas mais bonitas nas quais eu acredito, o mundo seria sim, bonito e doce, o mundo seria cheio de amor, e eu nunca mais ficaria doente. E, nesse mundo, ninguém precisa trocar amor por coisa alguma porque ele brota sozinho entre os dedos da mão e se alimenta do respirar, do contemplar o céu, do fechar os olhos na ventania e abrir os braços antes da chuva. Nesse mundo, as pessoas nunca se abandonam. Elas nunca vão embora porque a gente não foi um bom menino. Ou porque a gente ficou com os braços tão fraquinhos que não consegue mais abraçar e estar perto. Mesmo quando o outro vai embora, a gente não vai. A gente fica e faz um jardim, qualquer coisa para ocupar o tempo, um banco de almofadas coloridas, e pede aos passarinhos não sujarem ali porque aquele é obanco do nosso amor, nosso grande amigo. Para que ele saiba que, em qualquer tempo, em qualquer lugar, daqui a não sei quantos anos, ele pode simplesmente voltar, sem mais explicações, para olhar o céu de mãos dadas.
.
No mundo de cá, as relações se dão na superfície. Eu fico sobre uma pedra no rio e, enquanto você estiver na outra, saúdável, amoroso e alto-astral, nós nos amamos. Se você afundar, eu não mergulho para te dar a mão, eu pulo para outra pedra e começo outra relação superficial. Mas o que pode ser mais arrebatador nesse mundo do que o encontro entre duas pessoas? Para mim, reside aí alguém pra encostar a ponta dos dedos no fundo do rio - é o máximo de encontro que pode existir, não mais que isso, nem mesmo no sexo. Encostar a ponta dos dedos no fundo do rio. E isso não é nada fácil, porque existem os dragões do abandono querendo, a todo instante, abocanhar os nossos braços e o nosso juízo. Mas se eu não atravessar isso agora, a minha escrita será uma grande mentira, as minhas histórias serão todas mentiras, o meu livrinho será uma grande mentira porque neles o que impera mais que tudo é a lealdade, feito um Sancho Pança atrás do seu louco Dom Quixote. E a certeza de existir um lugar, em algum canto do mundo, onde a gente é acolhido por um grande amigo. É por isso que eu tenho que ir. E porque eu não quero passar a minha existência pulando de pedra em pedra, tomando atalhos de relações humanas. Eu vou mergulhar com o meu amigo, ainda que eu tenha de ficar em silêncio, a cem metros de distância. Eu e o meu boneco de infância, porque no meu mundo a gente não abandona sequer os nossos bonecos que foram nossos amigos um dia.
.
Agora em silêncio, ensinando dragões a nadar.
.
.
quarta-feira, janeiro 19, 2011
Hora de deixar ir. Alguém precisa mais do que você.
Se livrar. Deixar pra trás. Algumas coisas não servem mais.
Você sabe. Chega.
.
.
.
Marcadores:
Caio Fernando Abreu
sexta-feira, janeiro 14, 2011
.
.
Apenas já não somos mais crianças e desaprendemos a cantar. As cartas continuam queimando. Eu tentei pensar em Deus. Mas Deus morreu faz muito tempo. Talvez se tenha ido junto com o sol, com o calor. Pensei que talvez o sol, o calor e Deus pudessem voltar de repente, no momento exato em que a última chama se desfizer e alguém esboçar o primeiro gesto. Mas eles não voltarão. Seria bonito, e as coisas bonitas já não acontecem mais.
.
.
.
à memória de Hórus
Marcadores:
Caio Fernando Abreu
sexta-feira, janeiro 07, 2011
Cansei!
.
.
.
.
Cansei de quem gosta como se gostar fosse mais uma ferramenta de marketing. Gostar aos poucos, gostar analisando, gostar duas vezes por semana, gostar até as duas e dezoito. Cansei de gente que gosta como pensa que é certo gostar. Gostar é essa besta desenfreada mesmo. E não tem pensar. E arrepia o corpo inteiro, mas você não sabe se é defesa para recuar ou atacar. Eu eu gosto de você porque gostar não faz sentido.
.
Permita-se. Se você acha que no fundo mesmo, apesar de todas essas reuniões e palavras em inglês que só querem dizer que você não sabe o que está falando, o que importa é ter pra quem mostrar que saiu o arco-íris. Permita-se. Porque eu não quero que você tenha essa pressa ao ponto de ajudar com as próprias mãos. Eu quero que você sinta esse prazer que chega aos poucos. E mata tudo que há em volta. E explode os relógios. E chega aos poucos ainda que você ainda não saiba nem quem é pouco e nem quem é lento. Porque você morre. Se você prefere a vida quando se morre um pouco por alguém. permita-se.
.
Eu não faço a menor idéia de como esperar você me querer. porque se eu esperar, talvez eu não te queira mais.
.
Eu não queria ir embora e esperar o dia seguinte. porque cansei dessa gente que manda ter mais calma. E me diz que sempre tem outro dia. E me diz que eu não posso esperar nada de ninguém. E me diz que eu preciso de uma camisa de força. Se você puder sofrer comigo a loucura que é estar vivo. se você puder passar a noite em claro comigo de tanta vontade de viver esse dia sem esperar o outro, se você puder esquecer a camisa de força e me enroscar no seu corpo para que duas forças loucas tragam algum equilíbrio. Se você puder ser alguém de quem se espera algo, afinal, é uma grande mentira viver sozinho, permita-se. Eu só queria alguém pra vencer comigo esses dias terrivelmente chatos.”
.
.
.
Esse post é para a outra ponta da minha conexão... A.
.
.
.
Marcadores:
Tati Bernardi
quarta-feira, janeiro 05, 2011
do futebol
.
.
.
Seus dedos na minha pele são arrepios. Todos os pelos, curiosos, levantam-se para ouvir o suspiro. E, comemorando a vitória da pele sobre as palavras, acompanham os seus dedos em ola, arrepiando-se, arrepiados. Seus dedos que, de tão leves, escorregam sobre minha pele, cortando-me em quatro pedaços.
.
.
.
Marcadores:
Rita Apoena
Assinar:
Postagens (Atom)