Em um tempo houve aqui uma pessoa a qual eu me orgulhava em ser... mas ela está indo.
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Qual é a sua?
domingo, setembro 30, 2012
segunda-feira, abril 09, 2012
Não Canse Quem Te Quer Bem
Foi durante o programa Saia Justa que a atriz Camila Morgado, discutindo sobre a chatice dos outros (e a nossa própria) lançou a frase:
- Não canse quem te quer bem.
Diz ela que ouviu isso em algum lugar, mas enquanto não consegue lembrar a fonte, dou a ela a posse provisória desse achado.
Não canse quem te quer bem. Ah, se conseguíssemos manter sob controle nosso ímpeto de apoquentar. Mas não. Uns mais, outros menos, todos passam do limite na arte de encher os tubos. Ou contando uma história que não acaba nunca cujos protagonistas ninguém jamais ouviu falar. Deveria ser crime inafiançável ficar contando longos casos sobre gente que não conhecemos e por quem não temos o menor interesse. Se for história de doença, então, cadeira elétrica.
Não canse quem te quer bem. Evite repetir sempre a mesma queixa. Desabafar com amigos, ok, também é uma demonstração de carinho e confiança. Agora, ficar anos alugando os ouvidos alheios com as mesmas reclamações, dá licença. Troque o disco. Seus amigos gostam tanto de você, merecem saber que você é capaz de diversificar suas lamúrias.
Não canse quem te quer bem. Garçons foram treinados para te querer bem. Então não peça pra trocar todos os ingredientes do risoto que você solicitou - escolha uma pizza e fim.
Seu namorado te quer muito bem. Não o obrigue a esperar pelos vinte vestidos que você vai experimentar antes de sair - pense antes no que vai usar. E discutir a relação, só uma vez por ano, se não houver outra saída.
Sua namorada também te quer muito bem. Não a amole pedindo para ela explicar de onde conhece aquele rapaz que cumprimentou na saída do cinema. Ciúme toda hora, por qualquer bobagem, é esgotante.
Não canse quem tem quer bem. Não peça dinheiro emprestado pra quem vai ficar constrangido em negar. Não exija uma dedicatória especial só porque você é parente do autor do livro. E não exagere ao mostrar fotografias. Se o local que você visitou é realmente incrível, mostre três, quatro no máximo. Na verdade, fotografia a gente só mostra pra mãe e para aqueles que também aparecem na foto.
Não canse quem te quer bem. Não faça seus filhos demonstrarem dotes artísticos (cantar, dançar, tocar violão) na frente das visitas. Por amor a eles e pelas visitas.
Implicâncias quase sempre são demonstrações de afeto. Você não implica com quem te esnoba, apenas com quem tem laços fraternos. Se um amigo é barrigudo, será sobre a barriga dele que faremos piada. Se temos uma amiga que sempre chega atrasada, o atraso dela será brindado com sarcasmo. Se o filho é cabeludo, "quando é que você vai cortar esse cabelo, garoto?" será a pergunta feita de segunda a domingo. Implicar é uma maneira de confirmar a intimidade. Mas os íntimos poderiam se elogiar, para variar.
Não canse quem te quer bem. Se não consegue resistir a dar uma chateada, seja mala com pessoas que não te conhecem. Só esses poderão se afastar, cortar o assunto, te dar um chega pra lá. Quem te quer bem vai te ouvir até o fim e ainda vai fazer de conta que está se divertindo. Coitado. Prive-o desse infortúnio. Ele não tem culpa de gostar de você.
quinta-feira, março 22, 2012
Quando se deseja realmente dizer alguma coisa, as palavras são inúteis. Remexo o cérebro e elas vêm, não raras, mas toneladas. Deixam sempre um gosto de poeira na boca – a poeira do que se tentava expressar, e elas dissolveram. Quanto mais palavras ocorrem para vestir uma idéia, mais essa idéia resiste a ser identificada. As sucessivas roupas sufocam a sua nudez. E todas as palavras são uma grande bolha de sabão, às vezes brilhante, mas circundando o vazio. Ah, se eu
pudesse escrever com os olhos, com as mãos, com os cabelos – com todos esses arrepios estranhos que um entardecer de outono, como o de hoje, provoca na gente.
pudesse escrever com os olhos, com as mãos, com os cabelos – com todos esses arrepios estranhos que um entardecer de outono, como o de hoje, provoca na gente.
domingo, março 18, 2012
Aniversário de Nicolai Gogol
Num estilo de humor amargo e sarcástico, Gogol criou personagens inesquecíveis, com os quais criticava duramente a sociedade russa.
Em "Almas Mortas", que ficou inacabado, trabalhou durante mais de 15 anos. Enquanto o escrevia, entrou em profunda crise e queimou o manuscrito do segundo volume. Parou de alimentar-se, morrendo de inanição am algumas semanas.
Mesmo incompleto, esse livro é considerado uma obra-pima. Vale a pena ler para conferir como isso é possível.
quinta-feira, março 08, 2012
Relatos da Primeira Depilação
"Tenta sim. Vai ficar lindo..."
Foi assim que decidi, por livre e espontânea pressão de amigas, me render à depilação na virilha. Falaram que eu ia me sentir dez quilos mais leve. Mas acho que pentelho não pesa tanto assim. Disseram que meu namorado ia amar, que eu nunca mais ia querer outra coisa. Eu imaginava que ia doer, porque elas ao menos m...e avisaram que isso aconteceria. Mas não esperava que por trás disso, e bota por trás nisso, havia toda uma indústria pornô-ginecológica-estética.
- Oi, queria marcar depilação com a Penélope.
- Vai depilar o quê?
- Virilha.
- Normal ou cavada?
Parei aí. Eu lá sabia o que seria uma virilha cavada. Mas já que era pra fazer, quis fazer direito.
- Cavada mesmo.
- Amanhã, às... Deixa eu ver...13h?
- Ok. Marcado.
Chegou o dia em que perderia dez quilos. Almocei coisas leves, porque sabia lá o que me esperava, coloquei roupas bonitas, assim, pra ficar chique. Escolhi uma calcinha apresentável. E lá fui. Assim que cheguei, Penélope estava esperando. Moça alta, mulata, bonitona. Oba, vou ficar que nem ela, legal. Pediu que eu a seguisse até o local onde o ritual seria realizado. Saímos da sala de espera e logo entrei num longo corredor. De um lado a parede e do outro, várias cortinas brancas. Por trás delas ouvia gemidos, gritos, conversas. Uma mistura de "Calígula" com "O albergue".
Já senti um frio na barriga ali mesmo, sem desabotoar nem um botão. Eis que chegamos ao nosso cantinho: uma maca, cercada de cortinas.
- Querida, pode deitar.
Tirei a calça e, timidamente, fiquei lá estirada de calcinha na maca. Mas a Penélope mal olhou pra mim. Virou de costas e ficou de frente pra uma mesinha. Ali estavam os aparelhos de tortura. Vi coisas estranhas. Uma panela, uma máquina de cortar cabelo, uma pinça. Meu Deus, era O Albergue mesmo.
De repente ela vem com um barbante na mão. Fingi que era natural e sabia o que ela faria com aquilo, mas fiquei surpresa quando ela passou a cordinha pelas laterais da calcinha e a amarrou bem forte.
- Quer bem cavada?
- É... é, isso.
Penélope então deixou a calcinha tampando apenas uma fina faixa da Abigail, nome carinhoso de meu órgão, esqueci de apresentar antes.
- Os pêlos estão altos demais. Vou cortar um pouco senão vai doer mais ainda.
- Ah, sim, claro.
Claro nada, não entendia porra nenhuma do que ela fazia. Mas confiei. De repente, ela volta da mesinha de tortura com uma esp átula melada de um líquido viscoso e quente (via pela fumaça).
- Pode abrir as pernas.
- Assim?
- Não, querida. Que nem borboleta, sabe? Dobra os joelhos e depois joga cada perna pra um lado.
- Arreganhada, né?
Ela riu. Que situação. E então, Pê passou a primeira camada de cera quente em minha virilha Virgem. Gostoso, quentinho, agradável. Até a hora de puxar.
Foi rápido e fatal. Achei que toda a pele de meu corpo tivesse saído, que apenas minha ossada havia sobrado na maca. Não tive coragem de olhar. Achei que havia sangue jorrando até o teto. Até procurei minha bolsa com os olhos, já cogitando a possibilidade de ligar para o Samu. Tudo isso buscando me concentrar em minha expressão, para fingir que era tudo supernatural.
Penélope perguntou se estava tudo bem quando me notou roxa. Eu havia esquecido de respirar. Tinha medo de que doesse mais.
- Tudo ótimo. E você?
Ela riu de novo como quem pensa "que garota estranha". Mas deve ter aprendido a ser simpática para manter clientes. O processo medieval continuou. A cada puxada eu tinha vontade de espancar Penélope. Lembrava de minhas amigas recomendando a depilação e imaginava que era tudo uma grande sacanagem, só pra me fazer sofrer. Todas recomendam a todos porque se cansam de sofrer sozinhas.
- Quer que tire dos lábios?
- Não, eu quero só virilha, bigode não.
- Não, querida, os lábios dela aqui ó.
Não, não, pára tudo. Depilar os tais grandes lábios ? Putz, que idéia. Mas topei. Quem está na maca tem que se fuder mesmo.
- Ah, arranca aí. Faz isso valer a pena, por favor.
Não bastasse minha condição, a depiladora do lado invade o cafofinho de Penélope e dá uma conferida na Abigail.
- Olha, tá ficando linda essa depilação.
- Menina, mas tá cheio de encravado aqui. Olha de perto.
Se tivesse sobrado algum pentelhinho, ele teria balançado com a respiração das duas. Estavam bem perto dali. Cerrei os olhos e pedi que fosse um pesadelo.
"Me leva daqui, Deus, me teletransporta". Só voltei à terra
quando entre uns blábláblás ouvi a palavra pinça.
- Vou dar uma pinçada aqui porque ficaram um pelinhos, tá?
- Pode pinçar, tá tudo dormente mesmo, tô sentindo nada.
Estava enganada. Senti cada picadinha daquela pinça filha da mãe arrancar cabelinhos resistentes da pele já dolorida. E quis matá-la. Mas mal sabia que o motivo para isso ainda estava por vir.
- Vamos ficar de lado agora?
- Hein?
- Deitar de lado pra fazer a parte cavada.
Pior não podia ficar. Obedeci à Penélope. Deitei de ladinho e fiquei esperando novas ordens.
- Segura sua bunda aqui?
- Hein?
- Essa banda aqui de cima, puxa ela pra afastar da outra banda.
Tive vontade de chorar. Eu não podia ver o que Pê via. Mas ela estava de cara para ele, o olho que nada vê. Quantos haviam visto, à luz do dia, aquela cena? Nem minha ginecologista. Quis chorar, gritar, peidar na cara dela, como se pudesse envenená-la.
Fiquei pensando nela acordando à noite com um pesadelo. O marido perguntaria:
- Tudo bem, Pê?
- Sim... sonhei de novo com o cu de uma cliente.
Mas de repente fui novamente trazida para a realidade. Senti o aconchego falso da cera quente besuntando meu Twin Peaks. Não sabia se ficava com mais medo da puxada ou com vergonha da situação. Sei que ela deve ver mil cus por dia. Aliás, isso até alivia minha situação. Por que ela lembraria justamente do meu entre tantos? E aí me veio o pensamento: peraí, mas tem cabelo lá? Fui impedida de desfiar o questionamento. Pê puxou a cera. Achei que a bunda tivesse ido toda embora. Num puxão só, Pê arrancou qualquer coisa que tivesse ali. Com certeza não havia nem uma preguinha pra contar a história mais. Mordia o travesseiro e grunhia ao mesmo tempo. Sons guturais, xingamentos, preces, tudo junto.
- Vira agora do outro lado.
Porra.. por que não arrancou tudo de uma vez? Virei e segurei novamente a bandinha. E então, piora. A broaca da salinha do lado novamente abre a cortina.
- Penélope, empresta um chumaço de algodão?
Apenas uma lágrima solitária escorreu de meus olhos. Era dor demais, vergonha demais. Aquilo não fazia sentido. Estava me depilando pra quem? Ninguém ia ver o tobinha tão de perto daquele jeito. Só mesmo Penélope. E agora a vizinha inconveniente.
- Terminamos. Pode virar que vou passar maquininha.
- Máquina de quê?!
- Pra deixar ela com o pêlo baixinho, que nem campo de futebol.
- Dói?
- Dói nada.
- Tá, passa essa merda...
- Baixa a calcinha, por favor.
Foram dois segundos de choque extremo: "Baixe a calcinha".... como alguém fala isso sem antes pegar no peitinho? Mas o choque foi substituído por uma total redenção. Ela viu tudo, da perereca ao cu. O que seria baixar a calcinha? E essa parte não doeu mesmo, foi até bem agradável.
- Prontinha. Posso passar um talco?
- Pode, vai lá, deixa a bicha grisalha.
- Tá linda! Pode namorar muito agora.
Namorar...namorar?!... eu estava com sede de vingança.
Admito que o resultado é bonito, lisinho, sedoso. Mas doía e incomodava demais. Queria matar minhas amigas. Queria virar feminista, morrer peluda, protestar contra isso. Queria fazer passeatas, criar uma lei antidepilação cavada. Mas eu ainda estou na luta...
Fica a minha singela homenagem às mulheres.
terça-feira, março 06, 2012
sábado, março 03, 2012
sexta-feira, março 02, 2012
Opinião Alheia
Fazer o que lhe deixa feliz, é, muitas vezes, desagradar boa parte dos que lhe cercam, inclusive pessoas que você ama. Porém, quanto mais você tenta agradar forçadamente as pessoas, mais falso você se torna.
Aí, chegamos naquele impasse: Ou você faz realmente as coisas que gosta ou vive preocupado com o que os outros vão pensar de você.
E, de qualquer forma, às cegas, às tontas, tenho feito o que acredito, do jeito talvez torto que sei fazer.
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Caio Fernando Abreu
quinta-feira, março 01, 2012
Fernando Pessoa
Alguns livros ou autores marcam nosas vidas para sempre.
Para mim, Fernando Pessoa teve esse papel.
Quando o li pela primeira vez, presente da Mona, fiquei encantado. Era como se ele descrevesse muito do que eu sentia, e que não conseguira até então expressar em palavras.
Você já sentiu isso em relação a algum livro ou obra de arte?
"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem
a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos
mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos
ficado, para sempre, à margem de nós mesmos."
quarta-feira, fevereiro 08, 2012
Doação de Sangue
A primeira vez que doei sangue foi surpreendente.
Eu imaginava tudo, menos que ia me sentir tão bem com uma agulha enfiada no meu braço e meu sangue indo embora.
Eu era subitamente humano.
Não custa.
Se você tem mais de 18 anos, experimente esta sensação de leveza: junte os amigos (é mais divertido ir em grupo) e vá doar sangue.
Se não tem 18 ainda, convença os conhecidos maiores de idade a doarem.
Info: www.hemominas.mg.gov.br
domingo, fevereiro 05, 2012
terça-feira, janeiro 10, 2012
Pensamentos Noturnos
Os melhores pensamentos quase sempre surgem sob as cobertas. Porém, ao acordar, tudo é esquecido. Tentei colocar caderno e caneta ao pé da cama. Não deu certo: a preguiça de estender os braços foi maior que a vontade de escrever. Nas raras vezes em que acordei lembrando de minhas ideias, achei-as tão tolas!
Algumas ideias têm valor apenas quando surgem no pensamento. Se não fizermos ao menos um esboço, elas se tornam obsoletas.
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domingo, janeiro 08, 2012
Dia de Visita
Todos os domingos
ele faz a barba
e veste sua melhor roupa.
Compra um pacote de biscoitos
e prepara o suco
de laranja.
Sentado num banco
no jardim do asilo,
junto aos outros velhos,
espera a visita dos filhos.
Este domingo, mais uma vez,
eles não vieram.
Mas também, desculpa, fez
um dia tão bonito...
Marcadores:
Sílvio Ribeiro de Castro
Local:
Belo Horizonte - MG, Brasil
quinta-feira, janeiro 05, 2012
C'as mões
não sei escrever sonetos.
não consigo medir o tamanho dos desastres
que escrevo,
nem as consequências das burradas que faço.
no máximo, rabisco uns poemas caolhos
inspirados nos meus percalços
e a vida me dá o troco:
ora em aplausos
ora em socos.
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Claro que sou louca. Estou aqui amando e fazendo poesia. Os normais estão ocupadíssimos articulando a guerra...terça-feira, janeiro 03, 2012
Consumir Livros
Comprar livros é uma delícia!
E há lugares em que se os adquire por precinhos ótimos: nos sebos ou mesmo com certos camelôs, se pode encontrar pérolas literárias e didáticas a R$ 5,00, ou até menos.
A rede ALE de postos de combustíveis está com uma campanha interessante visando a troca, principalmente agora, nesse começo de ano letivo. Os postos participantes estão com um cesto de livros ao lado da bomba de combustível, onde você pode pegar os que sejam de seu interesse e que lá estejam e deixar aqueles que você não quer ou não precisa mais. Vale a pena participar. Eu já fiz minha troca e adquiri mais três livros para minha coleção.
Às vezes saio à rua com a intenção de encontrar livros e torná-los meus. É um tipo de consumo saudável.
E você? Tem o hábito de cultivar livros para si ou pra presentear?
domingo, janeiro 01, 2012
Tomara
Tomara que os olhos de inverno das circuntâncias mais doídas não sejam capazes de encobrir por muito tempo os nossos olhos do sol. Que toda vez que o nosso coração se resfriar à beça, e a respiração se fizer áspera demais, a gente possa descobrir maneiras de cuidar dele com o carinho todo que ele merece. Que lá no fundo mais fundo do mais fundo abismo nos reste sempre uma brecha qualquer, ínfima, tímida, para ver também um bocadinho de céu.
Tomara que os nossos enganos mais devastadores não nos roubem o entusiasmo para semear de novo. Que a lembrança dos pés feridos quando, valentes, descalçamos os sentimentos, não nos tire a coragem de sentir confiança. Que sempre que doer muito, os cansaços da gente encontrem um lugar de paz para descansar na varanda mais calma da nossa mente. Que o medo exista, porque ele existe, mas que não tenha tamanho para ceifar o nosso amor.
Tomara que a gente não desista de ser quem é por nada nem ninguém deste mundo. Que a gente reconheça o poder do outro sem esquecer do nosso. Que as mentiras alheias não confundam as nossas verdades, mesmo que as mentiras e as verdades sejam impermanentes. Que friagem nenhuma seja capaz de encabular o nosso calor mais bonito. Que, mesmo que estivermos doendo, não percamos de vista nem de sonho a ideia da alegria.
Tomara que apesar dos pesares todos, dos pesares todos, a gente continue tendo valentia suficiente para não abrir mão de se sentir feliz.
Tomara.
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Caio Fernando Abreu
terça-feira, novembro 29, 2011
O que ela quer é falar de amor. Fazer cafuné, comprar presente, reservar
hotel pra viagem, olhar estrela sem ter o que dizer. Quer tomar vinho e
olhar nos olhos. Ela quer poder soprar o que mora dentro, o que não
cabe, que voa inocente e suicida. Ela quer o que não tem nome. Quer rir
sem saber de quê, passar horas sem notar, quer o silêncio e a falação.
Ela quer bobagem. Quer o que não serve pra nada. Quer o desejo, que é
menos comportado que a vontade. Ela quer o imprevisto, a surpresa, o
coração disparado, o medo de ser bom. Quer música, barulho de e-mail na
caixa, telefone tocando. Ela tem muito e quer mais. Quer sempre. Quer se
cobrir de eternidade, quer o oxigênio do risco pra ficar sempre menina.
Ela quer tremer as pernas, beijo no ponto de ônibus e a milésima
primeira vez. Quer cor e som, lembrança de ontem, sorriso no canto da
boca. Ela quer dar bandeira. Quer a alegria besta de quem não tem juízo.
O que ela quer é tão simples. Só que ela não é desse mundo.
domingo, julho 03, 2011
sexta-feira, julho 01, 2011
segunda-feira, junho 20, 2011
No fim destes dias encontrar você que me sorri, que me abre os braços, que me abençoa e passa a mão na minha cara marcada, na minha cabeça confusa, que me olha no olho e me permite mergulhar no fudo quente da curva do teu ombro. Mergulho no cheiro que não defino, você me embala dentro dos teus braços e você me beija e você me aperta e você me aquieta repetindo que está tudo bem, tudo, tudo bem.
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domingo, junho 12, 2011
Te amo mais uma vez esta noite
talvez nunca tenha cometido "euteamo"
assim tantas seguidas vezes, mal cabendo no fato
e no parco dos dias.
(...)
Pois que o "euteamo" é da dinâmica dos dias
É do melhoramento do amor
É do avanço dele
É verbo de consistência
É conjugação de alquimia
É do departamento das coisas eternas.
Que o amor venha pra casa pessoa que deseja verdadeiramente amar.
Que todos no mundo possam em algum momento encher o coração de amor
e assim espalhar amor pelo mundo.
Que a energia do dia dos namorados seja forte, suave, intensa
e encha o mundo de alegria.
quarta-feira, junho 01, 2011
As Invasões Bárbaras
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O diretor Denis Arcand completa neste filme a história de "O Declínio do Império Americano", que dirigiu em 1986. Enquanto "Declínio..." associava decadência ao papel desestruturante do sexo e do social, Invasões Bárbaras trata de forma sensível, da crise do socialismo pós-muro e do hedonismo pós-AIDS. Muitos diálogos e silêncio lindos. Filmes para celebrar o seu tempo.
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